Se você estiver se perguntando “Martin e Eduardo é uma nova dupla sertaneja?” a resposta é não, porque de sertanejo os dois só tem o nome.
A dupla é nova. Atende pelo nome de Martin e Eduardo. A primeira música de trabalho é "Dezenove Vezes Amor". Novidade no mercado sertanejo? Apesar do nome, o negócio deles é rock and roll. O Martin e o Eduardo da denominação são, respectivamente, a guitarra e a bateria da banda de Pitty. "Sempre perguntam se somos dupla sertaneja. Bom, esperamos tirar proveito desse público", brinca Martin ao telefone com o UOL Música.
Juntos, Martin e Eduardo --o Duda-- gravaram um disco com nove músicas cheias de guitarra. O álbum leva o nome da faixa-single, "Dezenove Vezes Amor", e é lançado com exclusividade pelo o UOL em formato digital. A arte para o CD já existe, mas ainda não há data definida para chegar às lojas. "A ideia é mostrar nosso trabalho para o maior número de pessoas. Não é um projeto secreto", explica o guitarrista.
O núcleo da banda são somente os dois integrantes, que gravaram e produziram todo o disco, mas outros músicos devem somar aos dois quando o trabalho chegar aos palcos. "Já entregamos o disco nas mãos de possíveis pessoas que possam acompanhar a gente. Pode ser que daqui duas semanas já comecemos a ensaiar para tocar ao vivo", adianta o guitarrista, mesmo sem uma agenda fechada.Além do disco, outro resultado já concreto é o clipe para a faixa-título, dirigido pelo baiano Ricardo Spencer, diretor premiado por vídeos de Pitty e Cachorro Grande. "A gente não tinha um roteiro pronto, mas queríamos filmar Duda e eu cozinhando, como se morássemos juntos e existisse uma rotina. E a cena em que aparecemos tocando é como se fosse o sexo da relação", descreve Martin. Desse resultado surgiu uma nova ideia: gravar vídeos para todas as músicas. "E é o que vamos fazer", garante.
Das estradas e quartos de hoteis
O trabalho que resultou no disco "Dezenove Vezes Amor" começou há mais de três anos nas estradas e quartos de hoteis durante as turnês com Pitty. "Eu estava num processo acelerado de escrever, mas não queria dar aquelas músicas para bandas que não fossem as minhas. Então comecei a compor melodias e usei o Duda como parâmetro para eu ter certeza de que não era só uma viagem minha. Eu tinha medo de ser um trabalho medíocre", ele conta.
O trabalho que resultou no disco "Dezenove Vezes Amor" começou há mais de três anos nas estradas e quartos de hoteis durante as turnês com Pitty. "Eu estava num processo acelerado de escrever, mas não queria dar aquelas músicas para bandas que não fossem as minhas. Então comecei a compor melodias e usei o Duda como parâmetro para eu ter certeza de que não era só uma viagem minha. Eu tinha medo de ser um trabalho medíocre", ele conta.
Apesar da demanda de trabalho já pronto, Martin não se sentia confortável em lançar um disco apenas dele. Por isso, quando flagrou Duda cantando suas composições ainda embrionárias fez questão de transformar a função teórica em prática. "Ver que ele estava empolgado me deu um start para gravar. E aí eu já queria o Duda como baterista, engenheiro e co-produtor desse álbum".
O nome da dupla


Pela primeira vez Martin colocou sua voz em melodias que vão além do backing vocal que já exerce na banda de Pitty. "Nunca fiz a voz principal. Depois que gravamos eu nem conseguia ouvir as músicas, porque não suportava meu vocal, era estranho", ele conta. "Sou muito auto-crítico, mas resolvemos assumir um critério: se a gente está achando bom é porque está bom. Agora já consigo até ter ouvido de espectador".
Algumas canções, como "Lírio", floresceram durante o processo de gravação. Outras foram recolhidas da coleção de textos que Martin já vinha empilhando, caso de "Dezenove Vezes Amor", uma das primeiras a ganhar letra. "Escrevi numa época em que estava puto com a vulgarização da palavra 'amor', mas briguei muito com essa música. Tinha vergonha de cantar, desisti dela duas vezes. Mas Duda insistiu e acabamos gravando, sem mudar nada. E saber que nós dois conseguimos é o que me faz dormir".
Os outros projetos de Martin
O volume de composições de Martin é tão grande que ele já pensa em um segundo disco. "Antes de terminar todo o processo desse eu já pensava no próximo álbum. Não posso prever nada, porque há outros fatores envolvidos, mas tenho pretensão de gravar um outro", ele diz, avisando que já está quase na metade da criação. "Compor me alivia, tem um efeito de bálsamo que eu preciso realizar", acrescenta.
O volume de composições de Martin é tão grande que ele já pensa em um segundo disco. "Antes de terminar todo o processo desse eu já pensava no próximo álbum. Não posso prever nada, porque há outros fatores envolvidos, mas tenho pretensão de gravar um outro", ele diz, avisando que já está quase na metade da criação. "Compor me alivia, tem um efeito de bálsamo que eu preciso realizar", acrescenta.
Por isso o nome de Martin Mendonça ecooa em outras paragens. Além de tocar na banda de Pitty, ele tem um outro projeto com a cantora baiana, chamado Agridoce. "É uma coisa despretensiosa, mas que me surpreendeu pela fertilidade que isso adquiriu. É uma oportunidade de a gente se juntar para eu tocar violão e ela tocar piano. É nosso parque de diversões para adultos", define.
Martin também integra o coletivo Chá de Bebê, que reúne músicos como Jajá Cardoso (Vivendo do Ócio) e Chuck Hippolito (Vespas Mandarinas). "Esse é mais um evento que aconteceu com a proposta de se encontrar, gravar e disponibilizar uma música na internet. Foi o que fizemos, mas nada impede de acontecer de novo".
Mesmo com tantos trabalhos paralelos, Martin garante aos fãs de Pitty: não há preocupações sobre um possível fim ou pausa da banda. "Acho que as pessoas se assustaram com a velocidade que divulgamos músicas com o Agridoce, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Arte se aprende exercitando. Por isso posso dizer que o próximo disco de Pitty vai ser violento, porque estamos melhores do que nunca".
Mesmo com tantos trabalhos paralelos, Martin garante aos fãs de Pitty: não há preocupações sobre um possível fim ou pausa da banda. "Acho que as pessoas se assustaram com a velocidade que divulgamos músicas com o Agridoce, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Arte se aprende exercitando. Por isso posso dizer que o próximo disco de Pitty vai ser violento, porque estamos melhores do que nunca".
Para ele, só falta Josh Homme (outro músico de mil e uma bandas, como Queens of the Stone Age, Eagles of Death Metal e Them Crooked Vultures) gravar uma música sua. "É muita pretensão minha", diz ele rindo, "mas o que eu queria mesmo era gravar com ele e Dave Grohl".